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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

PROJETO AFRICANIDADES

Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar as pessoas precisam aprender; e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar!”


Nelson Mandela

JUSTIFICATIVA:

A Lei n.º 10.639/2003 determina a obrigatoriedade do ensino da história e da cultura afro-brasileira e africana nos currículos escolares.

OBJETIVOS

Educar para a igualdade étnico-racial, rompendo com estigmas, com linguagens explicitadas ou não de inferioridade de negros(as) e indígenas.

Entendermos que nós educadores, temos a responsabilidade de ampliar e “deslocar” os nossos conhecimentos, superando o velho e inventando o novo.

Garantir que a escola seja um ambiente de igualdade de tratamento e de oportunidades , para isso é necessária a promoção do respeito mútuo, o respeito ao outro, o reconhecimento das diferenças, a possibilidade de falar sobre o preconceito sem medo, receio ou preconceito.

Conhecer a África de ontem e de hoje, a historia do Brasil contada na perspectiva do negro com exemplos na política, na economia,nas artes, na sociedade em geral;

Reafirmar a constante presença da marca africana dos nossos ancestrais na literatura, na música, na criatividade, na forma de viver e de pensar, de andar, de falar e de rir, de rezar de festejar sua vida;

Colaborar para uma crescente valorização da comunidade negra, contribuindo para a elevação da auto estima;

Entender os mecanismos indispensáveis para o conhecimento de um Brasil fortemente marcado pela cultura africana na perspectiva de mudança da mentalidade preconceituosa.

ESTRATEGIAS:

Utilizar de textos, pesquisas, vídeos, músicas, notícias, artes, para desenvolvimento de atividades, principalmente nas disciplinas de língua portuguesa, educação artística, história...


SUGESTÕES DE ATIVIDADES ENSINO FUNDAMENTAL
"Vá em busca do seu povo.
Ame-o
Aprenda com ele
Comece com aquilo que ele sabe
Construa sobre aquilo que ele tem.-" Kwame N’krumah

SUGESTOES DE ATIVIDADES, RECURSOS DIDATICOS E BIBLIOGRAFIA ESPECIFICA
As sugestões que se seguem, também, poderão ser utilizadas nos dois níveis do Ensino Fundamental, desde que sejam enriquecidas, relacionadas, ampliadas e adaptadas à complexidade que caracteriza cada nível.
1. Atividades
1.1. Abordagem da questão racial como conteúdo multidisciplinar durante o ano Letivo

Tema: Identidade (autoconhecimento, relações sociais individuais e diversidade).

Objetivos: Perceber, valorizar semelhanças e diferenças, respeitar as diversidades
Sub tema: Eu, minha família, o lugar onde moro.

  • Diálogo com a questão racial:
  • Identidade racial em relação à origem étnica da família do/a aluno/a.
  • Termo afro-brasileiro buscando a ancestralidade africana da família.
  • Identificar tradições familiares e semelhantes àquelas que se relacionam às tradições africanas reinventadas no Brasil, valorizando-as.
Sub tema: semelhanças (organização familiar, lazer, cultura, religiosidade, hábitos alimentares, moradia, alimentação, papéis sociais familiares, gênero, cuidados com a saúde
Diálogo com a questão racial:

Auto estima dos alunos afirmando a positividade das diferenças individuais e de grupos a partir da valorização da história familiar dos(as) alunos(as), das pessoas de sua escola, bairro, comunidade e suas diferenças culturais.

  • As famílias pelo mundo através dos tempos e espaços.
  • Relações e cuidados com o corpo em diferentes famílias e culturas.
  • Resgate de jogos e brincadeiras em tempos e espaços diferenciados.
  • Formas de comunicação de diferentes culturas ao longo dos tempos.
1.1.1 Atividades correlatas

As estratégias exemplificadas abaixo poderão ser usadas no sentido de  oferecer oportunidades a todos(as) os(as) alunos(as) para desenvolverem de modo satisfatório suas identidades, desde que não se reforce a hierarquia das diferenças étnico-raciais, de gênero, faixa etária e condição social. É necessário que professores/as e coordenadores/as avaliem e realizem uma adequação dessas atividades da sala ao contexto social das crianças, adolescentes e jovens, para não lhes provocar constrangimentos, e ter cuidado com o senso comum a respeito desses temas.
  • Painéis com fotos das crianças da classe usando títulos a exemplo de “Somos todos diferentes, cada um é cada um”, “Quem sou eu, como sou”.
  • Confecção de álbuns familiares com fotos ou desenhos, livros de família, exposição de fotos, entrevistas com as pessoas mais velhas, sessão de narração de histórias com os(as) familiares dos(as) alunos(as).
  • Feira de cultura da turma com as contribuições culturais que cada família poderá apresentar (exposição de objetos de suas casas, narração de “causos”e de histórias)
  • Construção de gráficos e estimativas relativas às diferenças e semelhanças encontradas nas famílias e na comunidade.
  • Confecção de um livro da turma com nomes e seus significados;
1.2 - Reconhecimento e valorização das contribuições do povo negro
1.2.1- Influência africana na língua portuguesa
Ainda na perspectiva de reconhecer e valorizar a participação do povo negr na construção da cultura nacional, uma interessante sugestão de atividade, seria por exemplo, o estudo de palavras de origem africana que são comuns em nosso idioma, confeccionando um dicionário contendo esses termos. Este poderá ser um elemento propiciador de um projeto de trabalho com a cultura negra, em que a interdisciplinaridade será a tônica. Por meio delas, poderá se fazer uma reflexão acerca da participação africana na formação cultural brasileira, alcançando a contribuição artística, política e intelectual negra.

1.2.2 Música, literatura e diversidade étnico-racial
a) Trabalho literário fazendo contraposição de formas, textos musicais com o objetivo sobre a dinâmica das relações raciais. Ex.: “Aquarela do Brasil”,de Ari Barroso, apresentando a idéia de um Brasil “lindo e trigueiro”, em   contrapartida ao “Canto das três raças” (Mauro Duarte/Paulo César Pinheiro/1996) que nos apresenta “os cantos de revolta pelos ares”; “Missa Afro brasileira”, de Carlos Alberto Pinto Fonseca.

b) O recontar de mitos africanos, dando outra visão à criação do mundo, é fundamental para que os(as) alunos(as) possam valorizar o outro em nós, posto que estes mitos fazem parte de nosso comportamento social e individual e, por vezes, não percebemos isso. Esse trabalho literário possibilitará momentos de envolvimento da imaginação e da emoção.

1.2.3 Trajetórias do povo negro no espaço
O entrelaçamento disciplinar da história e da geografia é sempre uma  estratégia positiva. Neste sentido, poderíamos sugerir:
Fazer, quando possível, uma incursão por territórios negros e locais de memória que tenham sido produzidos a partir de uma participação histórica negra (centro da cidade, igrejas, terreiros de religião de matriz africana, bairros da cidade, comunidades, favelas, museus). É necessário planejar e organizar um roteiro, juntamente com os(as) estudantes, de uma trilha urbana, observando os elementos da paisagem; registrar os aspectos observados que exemplifiquem o assunto estudado; utilizar o mapa da cidade para representar a localização dos lugares planejados para a trilha.
As atividades de sistematização poderiam ser: construção de maquetes, desenhos do percurso observado, montagem de murais, álbum de fotos com anotações, produção de textos, tratamento dos dados coletados, gráficos, tabelas. Se houver condições, pode-se usar da linguagem Multimídia para a montagem de um clipe” associando imagens e as anotações/observações/descrições/conclusões relacionadas á trilha realizada.

1.2.4 Arte e matemática
A matemática e a arte poderão atuar juntas em alguns momentos da incorporação da história e da cultura negra no universo escolar, em que os símbolos poderão ser os desencadeadores de um projeto de trabalho no qual a arte africana remeterá aos estudos dos grandes reinos africanos pré-coloniais, como possuidoras e construtoras de culturas , saberes e tradições. A geografia contemplará a localização do continente africano e seus países no mapa-múndi, bem como dos povos ligados a esta cultura. A matemática poderá explorar toda a geometria com suas figuras representadas por meio de símbolos da cultura Adinkra e de outras culturas africanas. Os provérbios africanos contido em cada um dos símbolos são um rico material de trabalho para a área de português. Portanto, a construção de conhecimentos pode se dar por meio da arte e da cultura africana. Os antigos símbolos da arte yorubá poderão ajudar no entendimento e uso de alguns conceitos geométricos, como também para entender o uso das coordenadas geográficas, quando forem usadas para a multiplicação e ampliação de desenhos. Enfim, ajudar no desenvolvimento de conceitos topológicos fundamentais, trabalhando medidas, geometria, etc. Portanto, além de promover maior conhecimento sobre a cultura negra, poderemos usá-la como instrumento na construção de conhecimentos.

  • Pesquisar em materiais impressos e na internet os símbolos e culturas Africanos;
  • Reprodução dos desenhos usando escala;
  • Confecção de estamparia em tecidos (ou papel) usando moldes Vazados;
1.3 Abordagem das situações de diversidade racial e da vida cotidiana   na sala de aula

  • Usar charges para analisar criticamente fatos de discriminações e racismos, com os quais os(as) alunos(as) poderão fazer analogia com a sua realidade;
  • Promover reflexões sobre a imagem da população negra representada nas novelas das redes de televisão; incentivar debates acerca da legislação atual sobre racismo e as afirmações da atualidade; usar como estratégias de debates o júri simulado a partir de esquetes, expressando situações de racismo, representadas pelos(as) alunos(as);
  • Fomentar a formação de grupos de teatro com a proposta de interpretar/encenar textos que reflitam a questão racial, seguidos de discussões sobre o assunto retratado.
1.3.1 Histórico da comunidade
Confeccionar álbuns, livros de contos, ABCs, cordel, privilegiando a história da comunidade, sendo assim um instrumento de valorização dos grupos étnico-raciais e sociais que a compõem. Esta atividade promoverá o fortalecimento de inserção na escrita, ao mesmo tempo em que se valorizará uma dimensão de oralidade, aqui pensada como transmissão de saberes necessários e fundamentais à memória coletiva dos grupos.

1.3.2 A realidade sócio-racial da população negra

O elemento motivador para estimular o projeto de trabalho poderia ser a música (rap, samba ou outras que abordem o tema5); um artigo de jornal; análise de anúncios publicitários. Por meio desses elementos, propiciar reflexões sobre o difícil processo de ocupação do espaço urbano vivenciado pela população negra no período pós-abolição e na atualidade, contextualizando as causas conseqüências dessa ocupação como também as relações estabelecidas.

1.3.3 Arte e cultura negras
  • Fazer o levantamento, e análise de obras de artistas negros(as) ou que trabalham com a temática étnico-racial, estudando suas obras e suas biografias.
  • Criar um folder sobre artistas negros(as) e suas obras.
  • Promover uma pequena exposição de trabalhos dos(as) alunos(as) inspirados nestes artistas.
  • Pesquisar alguns dos instrumentos musicais de origem africana, planejar e selecionar materiais alternativos para a confecção deles. Fazer exposição dos instrumentos confeccionados com explicação e história de cada instrumento.
  • Promover o trabalho de pesquisa histórica sobre festas e danças regionais,sobretudo aquelas ligadas à cultura negra. Apresentar estas pesquisas para a comunidade.
  • Pesquisar sobre a capoeira é um excelente mote para desencadear um estudo sobre a cultura negra. Na pesquisa a respeito da capoeira podemos apreciar e valorizar os momentos em que ela se inscreve no tempo e na história. Fazer um paralelo entre a capoeira e a resistência do povonegro é uma estratégia positiva para incorporar este tema como conteúdo do currículo escolar.
  • Trabalhar com mitos africanos, montando representações teatrais e peças com fantoches criados pelos(as) alunos(as).
1.4 Crítica às atitudes e aos materiais etnocêntricos, desconstrução de estereótipos e preconceitos atribuídos ao grupo negro.
Para possibilitar a desconstrução e ressignificação de nações preconceituosas por meio de conhecimento de noções científicas, poderemos lançar mão de variados gêneros musicais com estratégias de sensibilização. De forma lúdica e prazerosa os(as) estudantes serão sensibilizados(as) para a reflexão.

Exemplo para o fundamental II:
  • Fazer levantamentos e ouvir, interpretar e debater acerca de músicas que tratem de maneira positiva a pessoa negra, seja criança, adolescente jovem ou adulta, seja feminina ou masculina.
  • Promover debates entre grupos da classe sobre as questões levantadas.
  • Trabalhar conceitos sobre a identidade individual e aspectos que a influenciam como sexo, idade, grupos sociais, raça e etnia..
1.4.1 Construir coletivamente alternativas pedagógicas com suporte de recursos didáticos adequados

É uma empreitada para a comunidade escolar: direção, supervisão, professores/as, bibliotecários(as), pessoal de apoio, grupos sociais e instituições educacionais.
Algumas ferramentas são essenciais nessa construção: a disponibilização de recursos didáticos adequados, a construção de materiais pedagógicos eficientes, o aumento do acervo de livros da biblioteca sobre a temática étnico-racial, a oferta de variedade de brinquedos contemplando as dimensões pluri étnicas e multiculturais.
Veja alguns exemplos de como você poderá viabilizar o trato pedagógico das questões raciais no ambiente de sua escola:

  • Promover momentos de trocas de experiência entre professores/as para efetivação de projetos de trabalhos, atividades e procedimentos de inserção da questão racial.
  • Dar voz aos grupos culturais e representativos dos/das estudantes e da comunidade por meio de assembléias periódicas.
  • Possibilitar a criação de uma “rádio” pelos estudantes, como também um jornal (periódico e/ou mural) onde esta discussão esteja presente.
2. INDICAÇÃO DE VÍDEOS, FILMES, MÚSICA, JOGOS, OBRAS DE ARTE E HISTÓRIA
2.1 Vídeos, filmes
Poderão ser usados de variadas formas: ilustrando um tema que está sendo estudado; para despertar emoção e/ou sensibilizar, criando motivação para algum assunto; abrindo possibilidades de novas interpretações sobre um mesmo tema e analisando situações. Inúmeras possibilidades de trabalho poderão ser criadas por professores/as e alunos(as), segundo seus interesses e contextos.
  • Cobaias 1997.118 minutos. Alfre Woodart (teorias científicas de superioridade racial).
  • Kiriku. 1998. 71 min. Michel Ocelot (Visão de uma aldeia africana – Inspirado em contos africanos)
  • Narciso, Rap. 2003. 15 min. Jéferson De (São Paulo - Conta a história de dois meninos que encontraram uma lâmpada mágica: o menino negro quer ser branco e rico ,e o menino branco quer cantar rap como os negros).
  • O Contador de Histórias, 2000. 50 min. Roberto Carlos. Ed. Leitura (Sugerimopara trabalho “A oportunidade”).
  • Sonho americano. 1996. 118 min. David Knoller (Várias histórias - Sugerimos para trabalhar com os alunos do Fundamental a história do menino que desenhou o Cristo negro).
  • Tudo aos Domingos. 1998. 05 min. George Tillman (Tradições a Africanas na vida das pessoas).
  • Um grito de liberdade. 1987. 157 min. Richard Attenborough (Visão do
  • Apartheid na África do Sul. Luta contra o racismo).
  • Uma Onda no ar. 2002. 92 min. Helvécio Ratton (Conta a história de Jorge, o idealizador de uma rádio na favela, e a luta, resistência cultural e política contra o racismo e a exclusão social em que a população da favela encontra uma importante arma: a comunicação.
  • Vista minha pele. 2003. 50 min. Joelzito Araújo. Ceert (Discriminação racial na vida cotidiana de adolescentes).
 Onde encontrar os vídeos: Funarte/Decine - http://www.decine.gov.br; Instituto Itaú Cultural- http://www.videocultura.com.

2.2 Músicas7
Canta BRASIL - Alcyr Pires Vermelho

Canto das três raças – Clara Nunes

Dia de graça - Candeia

Haiti - Caetano Veloso e Gilberto Gil

Kizomba, Festa da Raça - Luiz Carlos da Vila

Lavagem Cerebral – Gabriel, o Pensador

Mão de Limpeza - Gilberto Gil

Milagres do Povo – Caetano Veloso e Gilberto Gil

Pelo Telefone - Ernesto dos Santos (Donga)

Retrato em Claro e Escuro - Racionais – MC’s

Sorriso Negro – Dona Ivone Lara
2.3 Poemas

Ashell, Ashell, pra todo mundo, Ashell - Elisa Lucinda.

Identidade - Pedro Bandeira

Mahin Amanhã - Miriam Alves. ,1998.

Quem sou eu? - Luiz Gama

Salve Mulher Negra, Oliveira Silveira. Cadernos Negros Vol. 03. Org. Quilombhoje,

São Paulo: Editora dos Autores, 1980.

Serra da Barriga - Jorge de Lima

Tem gente com fome – Solano Trindade

2.4. Literatura Infanto-Juvenil - Fundamental I e II8
AIBÊ, Bernardo. A ovelha negra . São Paulo: Mercuryo, 2003.

ALMEIDA, Gercilga de. Bruna e a galinha d’angola . Rio de Janeiro: Editora didática

ARAÚJO, Leosino Miranda. Olhos cor da noite Pensamento, 2004

BAGNO, Marcos. Um céu azul para Clementina . Rio de Janeiro: LÊ, 1991.

BARBOSA, Rogério Andrade. Contos Africanos para crianças brasileiras. São Paulo:Paulinas, 2004.

ORIENTAÇÕES E AÇÕES PARA A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS

_________. Como as historias se espalham pelo mundo . São Paulo: DCL, 2002.

_________. Historias africanas para contar e recontar . São P: Editora do Brasil, 2001.

_________. O filho do vento . São Paulo: DCL, 2001.

_________. Duula a mulher canibal - um conto africano. São Paulo: DCL, 1999.

_________. Bichos da África . São Paulo: Melhoramentos, 1987.

BORGES, Geruza Helena & MARQUES, Francisco. Criação. Belo Horizonte-Terra Ed. 1999.

BOULOS JUNIOR, Alfredo.13 de maio- abolição : por que comemorar? S. P,.FTD, 1996.

BRAZ, Júlio Emílio. Pretinha eu? São Paulo: Ática.

CASTANHA, Marilda. Agbalá: um lugar continente. Belo Horizonte: Formato, 2001.

COELHO, Raquel. Berimbau. São Paulo: Ática, 2001.

COOKE, Trish. Tanto tanto . São Paulo: Ática, 1994.

CRUZ, Nelson. Chica e João . Belo Horizonte: Formato, 2000.

DIOUF, Sylviane. As tranças de Bintou. São Paulo: Cosac & Naif, 2004.

EISNER, Will. Sundiata: uma lenda africana - o Leão de Mali. São Paulo: Cia daLetras,2004.

GODOY, Célia. Ana e Ana. São Paulo: DCL, 2003.

KRISNAS; ALEX, Allan. Zumbi . Rio de Janeiro: MarqueSaraiva, 2003.

LAMBLIN, Christian. Samira não quer ir à escola . São Paulo: Ática, 2004.

LIMA, Heloísa Pires. Espelho dourado . São Paulo: Peiropólis, 2003.

____. Historias de preta . São Paulo: Cia das Letrinhas, 1998/2000.

MACEDO, Aroldo & FAUSTINO, Oswaldo. Luana: a menina que viu o Brasil neném. São Paulo; FTD, 2000.

MARTINS, Georgina da Costa. Fica comigo. São Paulo: DCL, 2001.

MIGUEZ, Fátima. Boca fechada não entra mosca . São Paulo: DCL, 2001.

OTERO, Regina & RENNÓ, Regina. Ninguém é igual a ninguém: o lúdico no conhecimento do ser. São Paulo: Editora do Brasil, 1994.

PATERNO, Semiramis. A cor da vida. Belo Horizonte: Lê, 1997.

PEREIRA, Edimilson de Almeida. OS REIZINHOS DO CONGO . São Paulo: Paulinas, 2004.

PEREIRA, Edimilson de Almeida & ROCHA, Rosa M. de Carvalho. Os Comedores DE PALAVRAS . Belo Horizonte: Mazza Edições, 2004.

PRANDI, Reginaldo. Ifá – o adivinho. São Paulo: Cia das Letrinhas, 2003.

______. OS PRINCIPES DO DESTINO : histórias da mitologia afro-brasileira. São Paulo: Cosa & Naif, 2001.

RAMOS, Rossana. NA MINHA ESCOLA TODO MUNDO É IGUAL São Paulo: Cortez, 2004.

ROCHA, Rosa M. de Carvalho & AGOSTINHO, Cristina. Alfabeto Negro. Ilustrado por Ana Raquel. Belo Horizonte: MAZZA Edições, 2001.

ROCHA, Ruth. . .. QUE EUVOU PARA ANGOLA . Rio de Janeiro: José Olympio, 1988. Santos – Joel Rufino GOSTO DE AFRICA 2001. HISTORIA DE LÁE DAQUI Sp. Global 2001

______. Dudu Calunga. São Paulo: Ática, 1996.

UNICEF CRIANÇAS COMO VÊ : uma emocionante celebração da infância. São PauloÁtica, 2004.

ZATZ, Lia. Jogo Duro: era uma vez uma história de negros que passou em branco.Belo Horizonte: Dimensão, 1996.

ZONATTO, Celso. TOINZINHO E A ANEMIA FALCIFORME . São Paulo: Lake. 2002.


PLANO DE AULA:
TEMA: CONHECENDO A CULTURA AFRICANA A PARTIR DO DESENHO ANIMADO “KIRIKU E A FEITICEIRA

 OBJETIVOS:

Usar o enredo do filme como unidade de ensino na disciplina de história;

Proporcionar na sala de aula, um ambiente de diálogo cultural, levando os alunos a perceberem diferentes modos de viver de uma tribo africana;

Aprendam a respeitar e a valorizar as diversidades e as relações humanas;

Percebam que existem outros padrões de beleza diferentes das que estamos habituados, a beleza africana;

Trabalhar a auto estima;

Saber que existem outros heróis em outras culturas, além dos que conhecemos;

Conhecer mitos e diversas etnias, de povos que fazem parte da nossa história e da formação do povo brasileiro;

Refletirem que o amor, a verdade, a generosidade, a tolerância aliados à inteligência são capazes de vencer o preconceito e as diferenças entre os seres humanos;

Entendam que muitas vezes compreender e ajudar o outro, em vez de criticá-lo, é a base para solução de muitos problemas que nos impedem vivermos em paz;



PROCEDIMENTOS:

Assistir o filme: kiriku e a Feiticeira:

Debate sobre o filme,

Retomada de cenas do filme (conforme a curiosidade ou para esclarecimentos de dúvidas dos alunos);

Solicitar para cada aluno, que expresse suas emoções sobre a historia, através de um desenho e/ou um texto, colocando os pontos/trechos que lhe chamou mais sua atenção;

Trabalhando mapas e o continente africano;



ZUMBI DOS PALMAES
DISCIPLINA: LINGUA PORTUGUESA

TRABALHANDO COM BIOGRAFIA

Biografia: É um gênero literário em que o autor escreve a historia de sua própria vida.


BIOGRAFIA DE ALEIJADINHO

Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, nasceu em Vila Rica, hoje Ouro Preto MG, por volta de 1730. Era filho natural de um mestre-de-obras português, Manuel Francisco Lisboa, um dos primeiros a atuar como arquiteto em Minas Gerais, e de uma escrava africana ou mestiça que se chamava Isabel.

A formação profissional e artística do Aleijadinho é atribuída a seus contatos com a atividade do pai e a oficina de um tio, Antônio Francisco Pombal, afamado entalhador de Vila Rica. Sua aprendizagem, além disso, terá sido facilitada por eventuais relações com o abridor de cunhos João Gomes Batista e o escultor e entalhador José Coelho de Noronha, autor de muitas obras em igrejas da região. Na educação formal, nunca cursou senão a escola primária.

O apelido que o celebrizou veio de enfermidade que contraiu por volta de 1777, que o foi aos poucos deformando e cuja exata natureza é objeto de controvérsias. Uns a apontam como sífilis, outros como lepra, outros ainda como tromboangeíte obliterante ou ulceração gangrenosa das mãos e dos pés. De concreto se sabe que ao perder os dedos dos pés ele passou a andar de joelhos, protegendo-os com dispositivos de couro, ou a se fazer carregar. Ao perder os dedos das mãos, passou a esculpir com o cinzel e o martelo amarrados aos punhos pelos ajudantes.

PRODUÇÃO ARTÍSTICA

O Aleijadinho tinha mais de sessenta anos quando, em Congonhas do Campo, realizou suas obras-primas: as estátuas em pedra-sabão dos 12 profetas (1800-1805), no adro da igreja, e as 66 figuras em cedro que compõem os passos da Via Crucis (1796), no espaço do santuário de Nosso Senhor Bom Jesus de Matosinhos.

O Santuário do bom Jesus do Matosinhos é constituído por uma igreja em cujo adro estão as esculturas em pedra sabão de 12 profetas: Isaias, Jeremias, Baruque, Ezequiel, Daniel, Oséias, Jonas, Joel, Abdias, Adacuque, Amós e Naum. Cada um desses personagens está numa posição diferente e executa gestos que se coordenam. Com isso, Aleijadinho conseguiu um resultado muito interessante, pois torna muito foret para o obervador a sugestão de que as figuras de pedra estão se movimentando.

Na ladeira que dá de frente para a igreja, compondo o conjunto arquitetônico do Santurário, foram construídas 6 capelas - 3 de cada lado - chamadas de Os Passos da Paixão de Cristo. Em cada uma delas um conjunto de esculturas - estátuas em tamanho natural - narram o momento da paixão de Cristo.

Toda sua extensa obra foi realizada em Minas Gerais e, além desses dois grandes conjuntos, cumpre citar outros trabalhos.

Certamente admirada em seus dias, já que as encomendas, vindas de vários pontos da província, nunca lhe faltaram, a obra do Aleijadinho caiu porém no esquecimento com o tempo, só voltando a despertar certo interesse após a biografia precursora de Rodrigo Bretãs (1858). O estudo atento dessa obra, como ponto culminante do barroco brasileiro, esperou mais tempo ainda para começar a ser feito, na esteira do movimento de valorização das coisas nacionais desencadeado pela Semana de Arte Moderna de 1922.

Antônio Francisco Lisboa, segundo consta, foi progressivamente afetado pela doença e se afastou da sociedade, relacionando-se apenas com dois escravos e ajudantes. Nos dois últimos anos de vida se viu inteiramente cego e impossibilitado de trabalhar. Morreu em algum dia de 1814 sobre um estrado em casa de sua nora, na mesma Vila Rica onde nascera.



PRINCIPAIS OBRAS DO ALEIJADINHO

Em Ouro Preto:

· Igreja de São Francisco de Assis (risco geral, risco e esculturas da portada, risco da tribuna do altar-mor e dos altares laterais, esculturas dos púlpitos, do barrete, do retábulo e da capela-mor);

· Igreja de Nossa Senhora do Carmo (modificações no frontispício e projeto original, esculturas da sobreporta e do lavatório da sacristia, da tarja do arco-cruzeiro, altares laterais de são João Batista e de Nossa Senhora da Piedade);

· Igreja das Mercês e Perdões ou Mercês de Baixo (risco da capela-mor, imagens de roca de são Pedro Nolasco e são Raimundo Nonato);

· Igreja São Francisco de Paula (imagem do padroeiro);

· Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias (quatro suportes de essa);

· Igreja de São José (risco da capela-mor, da torre e do retábulo);

· Igreja de Nosso Senhor Bom Jesus de Matosinhos ou de São Miguel e Almas (estátua de são Miguel Arcanjo e demais esculturas no frontispício);

· Igreja de Nossa Senhora do Rosário (imagem de santa Helena); e as imagens de são Jorge, de Nossa Senhora, de Cristo na coluna e quatro figuras de presépio hoje no Museu da Inconfidência.



Em Congonhas:

· Igreja matriz (risco e escultura da sobreporta, risco do coro, imagem de são Joaquim).



Em Mariana:

· chafariz da Samaritana.



Em Sabará:

· Igreja de Nossa Senhora do Carmo (risco do frontispício, ornatos da porta e da empena, dois púlpitos, dois atlantes do coro, imagens de são Simão Stock e de são João da Cruz).



Em São João del-Rei:

· Igreja de São Francisco de Assis (risco geral, esculturas da portada, risco do retábulo da capela-mor, altares colaterais, imagens de são João Evangelista);

· Igreja de Nossa Senhora do Carmo (risco original frontispício e execução da maioria das esculturas da portada).



Em Tiradentes:

· Matriz de Santo Antônio (risco do frontispício

AVALIAÇÃO
“Em uma educação em que o sujeito do aprender é o/a educando/a, o momento da avaliação deve ser um espaço de grande importância”. Pois, segundo Ribeiro (2002): ‘A avaliação deve ser um momento de riqueza interior, de retomada, de visualização do que fazer, do como fazer e do para que fazer’. (...)

Por isso, é preciso ver quais sentidos podem ser extraídos do aprendizado. Por que aprendi? Para que aprendi? Qual o significado desta aprendizagem? Os/as estudantes, muito mais do que conhecer algo, necessitam apoderar-se deste conhecimento com vistas a sua vida cotidiana. Se a aprendizagem não for relevante para ele/a, logo será esquecida. Portanto, avaliação não se esgota na conferência do conhecimento adquirido, mas na construção/reconstrução de valores e significados relacionados com a experiência vivida. É em seu contexto de vida que o/a estudante constrói sua aprendizagem. Portanto, é em seu contexto cultural e a partir dele que ocorrem as aprendizagens.

Os/as estudantes trazem consigo conhecimentos e acúmulos que devem ser incorporados no processo de aprendizagem. Este deve basear-se também na vivência cotidiana dos/as estudantes, em suas práticas sociais, religiosas, nas relações étnico-raciais, opções de lazer e vivências socioculturais.

No Brasil, muitos grupos construíram seus referenciais culturais e identitários ao longo da história, em uma imensa gama de processos de aprendizagem formal e informal. (...)Diversas culturas que formam nosso mosaico identitário, que nos dão vida, voz e corpo, têm pouca abordagem na escola.(...)

Manter a cultura viva passa pelo contar nossas histórias e, segundo, Benjamin: “Contar histórias sempre foi a arte de contá-las de novo, e ela se perde quando as histórias não são mais conservadas. Ela se perde porque ninguém mais fia ou tece enquanto houve a história” (Benjamim , 1999, vol. I, p. 205). Para as culturas afro-brasileiras, educar e formar são práticas ancestrais, e não são exclusividade da escola. Entretanto, cabe à escola reconhecer a diversidade de formação da nação brasileira e de seus/suas estudantes. Por isso, é fundamental pensar na memória e na história também a partir das matrizes afro-brasileiras”.

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